Policia

Morta pela irmã policial: o que aconteceu nas horas que antecederam o homicídio de comerciante no Rio

Por:Extra Globo

Agressões à mãe e a uma irmã grávida; bebida alcoólica em excesso; ofensas, luta corporal e tiros que resultaram na morte de outra irmã. Assim foram as últimas horas antes do crime que destroçou a família da policial militar Rhaillayne Oliveira de Mello. A agente matou com um tiro no peito a comerciante Rhayna Mello, de 23 anos, na madrugada do último sábado. Segundo depoimentos prestados pelo marido da policial, Leonardo de Paiva Barbosa, e o cunhado dela, Gabriel de Souza Motta, na 73ª DP (Neves) a que EXTRA teve acesso, os desentendimentos começaram já na noite anterior.

Confusão em festa

Por volta das 20h30 da última sexta-feira, Rhaillayne saiu de casa para uma festa de família onde encontraria as irmãs, Rhayna e Thaillayne, e a mãe, Patrícia. Leonardo de Paiva Barbosa, marido da policial há cerca de um ano e meio, não foi ao encontro. Segundo ele, discussões e ofensas entre elas não eram incomuns, mas não agressões físicas. O principal motivo dos desentendimentos seria a cobrança por uma proximidade maior entre os parentes.

O início das brigas

A briga aconteceu quando a família voltava para casa depois da festa de uma tia, na sexta-feira, em um carro de aplicativo. Rhaillayne, que andava nervosa e sem paciência segundo o marido, considerou o motorista suspeito, e foi repreendida por Patrícia e Thaillayne, que não gostaram de sua postura.

Rhayna, que tinha saído mais cedo da festa para ir a um bar com Gabriel de Souza Motta, cunhado e pai da filha de Thaillayne. Eles ficaram sabendo da briga por mensagem instantânea, que só exibe a foto uma única vez. Na imagem, dava para ver marcas de arranhões em Thaillayne, que estaria grávida. Apesar dos relatos, eles continuaram no bar, bebendo.

Rota dos bares

Rhayna e Gabriel estavam num bar quando Rhaillayne mandou uma mensagem convidando os dois para um segundo bar, o Nando´s Beer and Joy, na Rua Jaime Figueiredo, popularmente conhecida com “rua da caminhada”.


De acordo com o depoimento de Gabriel à polícia, Rhaillayne já estava no lugar bebendo sozinha quando eles chegaram. Ela mostrava “sinais de que estaria sob efeito de álcool”. Gabriel disse ainda que por várias vezes Rhaillayne tentou intimidá-lo e fez questão de deixar claro que estava armada.

Arma do crime

Leonardo afirmou à polícia que estava dormindo, por volta das 3h, quando Rhaillayne chegou em casa, foi até o quarto e pegou algo que ele não soube dizer o que era. Sem falar nada, a policial saiu de casa novamente; Leonardo disse ter voltado a dormir.



Quarenta e oito minutos depois, o soldado contou ter recebido um telefonema da mãe de Rhaillayne, dizendo que a PM, muito nervosa, havia discutido com ela e com outra irmã. Leonardo se levantou para procurar a arma da esposa, uma Glock calibre ponto 40, que pertence à PM e estava acautelada com Rhaillayne. E não encontrou a arma.



Pedido de ajuda

Por volta das 4h, Leonardo recebeu uma ligação de Thaillayne, preocupada com a irmã que estaria “extremamente nervosa”. Na ligação, ela pediu que o cunhado ligasse para o pai delas, Wallace Carvalho de Mello. A pedido dele, meia hora depois, o policial saiu em busca da mulher pelos bares da região. Rhayna teria dado o endereço do bar ao cunhado, que chegou lá às 4h45.

Já no bar, ele constatou que Rhaillayne estava armada e tentou convencê-la a voltar para casa, sem sucesso. Leonardo foi à casa da sogra, por onde ficou por uma hora antes de

Última parada

Com o bar já fechado, Rhaillayne tentou ir ao banheiro. Impedida pelos funcionários e pelo dono do lugar, ela teria feito um disparo para o alto. Foi quando eles foram para um posto de gasolina próximo. Incomodada com o comportamento de Rhaillayne, Rhayna ligou para Leonardo para que viesse buscar a irmã. As duas teriam se desentendido e começado a discussão.

Quando Leonardo chegou, disse que tentou acalmar os ânimos, mas a briga só piorou. Foi quando Rhaillayne deu um soco na cabeça da irmã, que revidou. A força do golpe fez com que Rhaillayne perdesse o equilíbrio e caísse no chão.

Ao se levantar, a PM sacou a pistola da cintura e fez disparos em direção a irmã. Dos cinco tiros, um atingiu Rhayna tórax. Rhaillayne tentou socorrer a irmã, que sangrou até morrer no posto de gasolina antes de o socorro chegar.

De acordo com o laudo de necropsia, a causa da morte foi hemorragia interna, lesões pulmonar e vascular provocadas por ferida penetrante no tórax.

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