Madrasta pediu para o marido não lamentar morte de filha: ‘Ela não gostava de ver você chorando’
A madrasta suspeita de envenenar dois enteados mandou mensagens para o pai das vítimas pedindo para que ele não lamentasse a morte da filha, porque ela não iria gostar de vê-lo assim. “Não chora. Lembra que ela não gostava de ver você chorando. (…) Um buraco que ficou e não vai fechar nunca. Vamos aprender a conviver, mas jamais esquecer”, escreveu Cíntia Mariano Dias Cabral num aplicativo de mensagens. Ela é suspeita de matar a estudante Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, e de tentar matar o irmão dela, o adolescente Bruno Cabral, de 16. Em outros momentos, quando Fernanda ainda estava internada, a madrasta perguntou sobre o leito no qual a jovem estava e sobre exames que ela precisaria fazer, tentando mostrar-se participativa e preocupada com o estado de saúde da enteada.
— Ela se mostrava preocupada e ia comigo em todas as visitas no hospital. Um caso surreal. Ela acabou com a minha vida. Matou minha filha e quase fez o mesmo com o meu filho. Foi por pouco — diz Adeilson Cabral, pai de Bruno e Fernanda, que se sente culpado pelo envolvimento amoroso.
Detida em Benfica desde sexta-feira (20) para o cumprimento do pedido de prisão preventiva, Cíntia continua presa. Ela passou na tarde deste domingo (22) por uma audiência de custódia. De acordo com investigações da 33ª DP (Realengo), Bruno deu entrada, em 15 de maio, no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, com tonteira, língua enrolada, babando e com coloração da pele branca após comer um prato de feijão feito e servido pela madrasta, que mantinha um relacionamento conjugal com seu pai há cerca de seis anos. A irmã já havia sentido sintomas semelhantes após outra refeição e morrido 12 dias após ser internada, em 15 de março.
Segundo Bruno, que já teve alta do hospital, a madrasta sempre fazia de tudo para que o pai brigasse com ele. A família mora em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio. Inicialmente, o caso foi tido como causa natural, mas agora o suposto homicídio da jovem está sendo apurado em outro inquérito da 33ª DP. A polícia crê que Cíntia agiu por ciúmes do marido com os filhos. (Extra Globo)