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Após perder casa por conta da chuva, homem usa jangada para ajudar no resgate de vizinhos na BA: ’85 voltas desde 4h da manhã’

Pedreiro Jean Paulo ajudou moradores. História foi registrado pelo fotógrafo Guthierry Andrade. Fotos têm sido usadas para comparar enchente atual com a que atingiu a região em 1967.

Em meio ao cenário de caos provocado pela chuva na Bahia, a solidariedade tem sido um fator de determinante para minimizar os estragos. O pedreiro Jean Paulo é um dos exemplos.

Após perder a casa por conta dos alagamentos, no bairro Mangabinha, em Itabuna, ele passou a ajudar no resgate dos vizinhos utilizando uma jangada.

“Dei 85 voltas desde 4h da manhã. Já que perdemos nosso lar, não queremos que ninguém perca a vida. Tem muitas pessoas ilhadas ainda, precisando de muito apoio”, contou Jean, na segunda-feira (27), enquanto seguia o trabalho de resgate de moradores.

A história de Jean e outras tantas foram registradas pelo fotógrafo baiano Guthierry Andrade, de 26 anos. Morador do mesmo bairro, ele destacou o trabalho do pedreiro como fundamental na ajuda às pessoas.

“Esse cara é um herói. Ele deu 85 voltas de jangada para ajudar as pessoas, mesmo após perder a casa”, disse ao g1.

Ainda segundo o fotógrafo, cerca de 90% dos moradores de Mangabinhas perderam as casas por conta do temporal. Ele tem feito registros como uma forma de pedir ajuda para a situação.

Guthierry diz que sua casa não foi atingida, no entanto, a residência da avó e o salão do avô foram invadidos pela água. Segundo o baiano, a família está bem fisicamente, porém muito abalada.

“Não tem nem uma semana que ele [avô] reformou o salão e agora esse caos”, lamentou.

O fotógrafo ainda lembra de algumas enchentes no bairro na época em que era criança, no entanto, diz que nenhuma delas se compara à situação atual.

“Nunca vi nada como isso, é a primeira vez, por isso esse choque”, afirmou.

A situação atual é comparada por moradores do sul do estado a uma grande enchente ocorrida em 1967 na região. No entanto, por crescimento da cidade, a situação atual é considerada pior, porque afeta um número maior de pessoas em relação às chuvas da década de 60.

Um das fotos de Guthierry tem sido usada em comparação com um registro de 1967, do fotojornalista Emerson Fotógrafo, que era famoso na cidade e registrou a enchente da época. 

Matéria publicada por G1 Ba

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